Laverna vê tudo que é sólido se dissolver no ar

A construção de All That Is Solid Melts Into Air é como um relato do século XX, sendo dividida em duas metades complementares porém divergentes. A primeira, com as subidas maquinadas e constantes, reabre as portas das fábricas e, apesar da repetição típica de uma linha de produção seriada, as ondulações são arredondadas e humanas, como se a montagem fosse pessoal e íntima. Cortando a atmosfera, a performance vocal de Laverna parece pouco definida em uma língua, soando como um babel de lamentos. É então que, pontualmente, bombas são detonadas no horizonte e a música se torna um fugidio e bonito tema clássico, como se retomando o período pré-modernidade, antes da extrema valorização da razão e da lógica.

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